sexta-feira, 29 de abril de 2011

Sony deve enfrentar onda mundial de processos na Justiça por problemas no PlayStation


A Sony pode enfrentar processos judiciais em todo o mundo pela demora em revelar uma violação da segurança na PlayStation Network, usada pelos usuários do videogame para jogar em rede, o que enfureceu jogadores.

A Sony desativou a rede em 19 de abril, depois de descobrir a invasão, uma das maiores da história. Mas foi apenas na terça-feira (26) que a empresa informou que o sistema havia sido invadido e que dados dos usuários podiam ter sido roubados.

Nos Estados Unidos, diversos legisladores falaram sobre a invasão – hackers roubaram nomes, endereços e, possivelmente, detalhes de cartões de crédito de 77 milhões de usuários. PlayStation Network oferece acesso online a jogos, filmes e programas de TV. Cerca de 90% dos usuários afirmam que estão nos Estados Unidos ou na Europa.

Um escritório de advocacia da Califórnia abriu processo em nome dos consumidores.

Michael Wang, administrador de fundos internacionais da Prudential Financials, em Taipei, que tem ações da Sony, diz que "os jogadores estão furiosos pelo fato de o presidente-executivo não ter explicado a situação e os investidores estão decepcionados com a governança corporativa da empresa".

Larry Ponemon, fundador e presidente do Ponemon Institute, disse que o roubo poderia custar mais de R$ 2,3 bilhões à Sony, equivalente a uma média de quase R$ 32 para cada um dos 77 milhões de usuários que tiveram dados comprometidos. A Ponemon se especializa em proteger informações armazenadas em redes de computadores.

Analistas disseram que pessoas que planejam comprar um console podem optar pelo Xbox 360, da Microsoft, que conta com uma popular rede online. Rich Chiang, usuário do PlayStation, se disse "indignado" por suas informações pessoais terem vazado.

Especialistas em segurança dizem que a Sony terá de levar em conta a perda de negócios e também os danos a sua marca quando for fazer a conta do custo do incidente. Outras despesas relacionadas incluiriam a notificação dos clientes quanto ao ataque e a contratação de especialistas para reparar a rede.

A Sony afirmou que a demora em notificar o público foi necessária para a realização de uma investigação, mas o caso está rapidamente se tornando um pesadelo de relações públicas semelhante ao da resposta demorada da Toyota Motor relacionada a um recall gigantesco de veículos no ano passado, o que alimenta as críticas à falta de transparência das grandes empresas japonesas.

Nem Howard Stringer, o presidente-executivo da Sony, e nem Kazuo Hirai, que foi indicado como segundo em comando da empresa no mês passado depois de comandar a criação dos serviços de rede da companhia, comentaram o assunto publicamente.

A Sony vem lutando há anos para combater as atividades dos hackers. No começo do mês, o site PlayStation Lifestyle informou que um grupo chamado Anonymous havia conduzido ataques contra páginas e serviços online da Sony, como vingança contra os esforços da empresa para reprimir os hackers.

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